sexta-feira, 26 de março de 2010

Até quando?

Nunca pensei em ter um blog, na verdade nem tive diário para não precisar me preocupar em relatar os últimos acontecimentos.

Mas ontem à noite, algo dentro de mim mudou e eu posso afirmar que já não sou a mesma.

Estou no último período da faculdade de Letras e fui até Itajaí – em uma Escola Estadual – observar uma turma e começar, efetivamente, meu último estágio obrigatório.

Saí da Escola às 22h30, cansada, após observar cinco aulas com adolescentes “irritantes” e desobedientes. Meus pais foram me buscar e quando entrei no carro, meu primeiro pensamento foi - “Graças a Deus, paz.”

Entramos na BR em direção a BC e foi aí que o caos dominou aquela rodovia. Presenciei um acidente gravíssimo e isso tudo há apenas alguns metros de distância. O acidente envolvendo uma moto, um caminhão e alguns carros, tinha acabado de acontecer. Por pouco não entramos no engavetamento - a “sorte” é que meu pai anda muito devagar, mesmo em uma BR.

A cena me chocou. Não havia nada lá, apenas os carros parados e o engarrafamento que começava a se formar logo atrás de nós. Fiquei lado a lado com um homem, literalmente esmiuçado, triturado, moído pela forte pancada. Foi a cena mais terrível que já vi. Os motoristas descendo dos carros, o choque das pessoas, as mãos na cabeça. Meu Deus, o que era aquilo?!

Meu pai travou, não conseguia tirar o carro de lá e eu ali, com os olhos cravados “naquilo” que já não havia mais definição.

Confesso que chorei e as únicas palavras que saíram da minha boca foram – “Meu Deus, quem somos nós sem a Sua presença!”

Após um momento, meu pai recuperou as forças e tirou o carro do meio daquele tumulto, o som foi desligado, as palavras se perderam no ar. Mas uma dúvida ainda pairava – Quem era aquele homem? Um pai de família voltando do trabalho? Um empregado? Um chefe? Um namorado? Doutor? Pedreiro? Por que ele tinha que morrer daquele jeito?!

E agora, a única certeza que eu tenho é a de que realmente não somos nada. Nada sem o Senhor Jesus, nada sem as Suas promessas, nada sem o sopro de vida do Criador. E isto me fez lembrar um versículo em que Jó medita sobre a brevidade da vida: “O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra e não permanece; e sobre tal homem abres os olhos e o fazes entrar em juízo contigo? Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém! Visto que os seus dias estão contados, contigo está o número dos seus meses; tu ao homem puseste limites além dos quais não passará.” (Jó 14-1;5)

Que essa palavra possa tocar em seu coração e que a partir de hoje você passe a valorizar o que tem – a valorizar, principalmente, sua vida.


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